No ano de 2019, a Piscina realizou a mostra Ânima, no CC Espaço, um espaço independente localizado no centro da cidade de São Paulo. Com duração de apenas um dia, a mostra reunia jovens artistes cuja produção é perpassada diretamente por um debate acerca de diversas feminilidades e de uma relação com a natureza menos mediada por um processo de dominação da mesma.
nima ou alma, refere-se, na psicologia, a uma parte da psique que está em contato com o inconsciente e, na teoria junguiana, a ânima é o componente feminino presente na personalidade de todos os seres humanos. Os trabalhos reunidos na mostra buscam discutir a ideia de como existir no mundo e, de que maneira, a multiplicidade permeia tal existência. Não se trata, de um domínio ou, e de uma subjugação da natureza, do tempo e do espaço ao conhecimento. Mas, em uma busca pela finitude, sobretudo do corpo, diante de um cenário de incertezas do mundo contemporâneo.
Ânima tornou-se para nós, curadoras da Piscina, uma espécie de projeto em processo, que se modifica ao longo do nosso amadurecimento enquanto pesquisadoras e de acordo com os contextos nos quais somos convidadas a repensar a mostra. Contemplada
com Edital de Ocupação de Galerias de Itajaí, nossa proposta inicial era a de fazer uma remontagem física da exposição por um período maior de tempo, visando um maior alcance da mesma Porém, com a chegada e permanência da pandemia, foi necessária a adaptação da proposta para o universo online. E, ao invés de propor um viewing room ou uma mostra virtual que simule o espaço expositivo, propomos o compartilhamento com o público de nosso processo de pensamento e os caminhos os quais a mostra tomou nestes
últimos dois anos.
Para isso, fizemos uso da plataforma padlet e construímos uma espécie de mapa mental das relações entre autores, vídeos e outras referências com os trabalhos e poéticas das artistas que integram a mostra. O exercício desta proposição nos levou a perceber que os
debates iniciados na primeira mostra de Ânima se modificaram muito, ganhando outras camadas e perspectivas de caráter social e político. Nesse sentido, optamos por incluir o trabalho de mais artistas à mostra, além de tentar reconstruir um pouco do caminho que
fizemos até aqui.
Acreditamos que, além de valorizar o trabalho de jovens artistes contemporânexs, a mostra se apresenta ainda mais relevante em um cenário pós pandêmico, pois tangencia a relação entre ser humano e natureza e suas tensões. Ao acessar o padlet, convidamos o espectador a tocar a playlist localizada no canto direito direito. As postagens em azul se referem a história da Piscina, a documentação da
primeira edição de Ânima e aos desdobramentos da mesma. E, em roxo, estão algumas de nossas principais referências neste processo.
Clique aqui para acessas Ânima.