O corpo é como uma espécie de arquivo que incorpora no próprio tecido corporal. O corpo, aqui, pode ser entendido como uma espécie de escritura que pulsa marcas, rasuras, indícios significantes de um corpo/mensagem em constante processo de construção de sentido. Todo o processo de se descobrir, o corpo que se espalha no espaço e a paisagem que o habita, o artista visual Henry Goulart, nascido em Urussanga (SC) redescobre também, a sua latente religiosidade de matriz africana, suas raízes presas a uma cidade que pulsa, onde explora o espaço e o corporifica, portanto, sendo esse um exercício constante, que o identifica e co- relacionado com a figura Baudelairiana do flaneur.
Ao percorrer as ruas da cidade, com câmera e caderno em mãos, em busca de vestígios, sinais, o corpo arquivo de Henry Goulart se reconhece na paisagem, trazendo as memórias de sua infância. Assim torna-se um narrador visual que experimenta a cidade e passa desapercebido, a sua identidade se funde com o processo colonizador, perpassa os primeiros caminhos e extrai o substrato da matéria prima de sua vida. Curadoria Angela Peyerl.
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