A sinestesia urbana insufla inspiração. Revelar visões e reflexões sensíveis da cidade através do olhar, sentir o entorno através do inúmero conjunto de texturas, cores, cheiros que coexistem nos cenários urbanos, nestes territórios múltiplos de expressão e sentido, são motivações para o projeto Paisagens Transversas, projeto iniciado em 2015, através do registro de cidades de seis países da América do Sul: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia e Peru.
As narrativas enviesadas criadas pela fotógrafa, contam histórias não lineares. Nelas, a artista busca representar o sentido interior e imaginário da paisagem, por meio da sobreposição de instâncias – as cidades e suas texturas. Juntas formam uma nova paisagem: uma paisagem transversa que se compõem a partir de tempos fragmentados, justaposições e deslocamentos.
Em tempos de isolamento social, quando os deslocamentos foram substancialmente reduzidos e nos assola a sensação de se ter negado o direito de ir e vir, nos restam as lembranças: dos lugares onde estivemos, dos lugares que gostaríamos de estar.
Entramos num estado de “intropercepção”, buscando nos sentidos internos as sensações dos lugares vividos ou imaginados. E nesta busca para quebrar as fronteiras do imaginário pela representação fotográfica, surge a aproximação da paisagem externa com a paisagem interior de cada expectador.
Neste lugar dos sentidos, a sinestesia urbana guardada em nossas lembranças assume seu lugar de representação, convidando o espectador a vivenciar um novo universo, um realismo mágico ou poético.
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