Desenhos e deslocamentos – memória e objetos próximos

                                                         (antes)

O desenho e suas tensões, assim como as ambiguidades entre mudanças de moradias que perpassam tanto o sujeito caminhante quanto o que ele desenha, foram motores para esta pesquisa. Os trabalhos apresentados são entendidos como um meio de dialogar sobre resistência frente ao modo desenfreado de viver, pautado pelo consumo, pela renda, por uma possível felicidade proporcionada por fatores externos. É uma resistência pela arte, pelo desenho, pelo fazer manual, pela aceitação do es­trangeiro que se caracteriza pelo diferente. A resistência é também insistência, o qual é construída no decorrer de um certo tempo. Recorremos às lembranças para insistir que houve passado.

                                                         (depois)

O desenho desloca-se de algum modo invisível pelas redes e chega ao alcance dos olhos. A tela é a mediadora para se chegar nos desenhos e estabelecer relações que agora ultrapassam os limites da memória do artista. O desenho possibilita, pelo brilho da tela, encontrar outras memórias. A partir de um clique chega-se em outras imagens, seja na própria exposição, seja em procurar a lembrança de um trabalho parecido de outro artista, seja no encaminhamento da exposição. De algum modo a exposição chega em outros lugares que o físico não chegaria. Todavia perdemos a possibilidade da experiência do corpo como contador de história como Walter Benjamin já previa.

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