chão do mundo novo, chão batido que os tropeiros trilharam, chão de pedra construído por aqueles que vieram forçados, chão de caboclo que a ferrovia esquartejou, chão de areia que alguém aterrou, chão úmido onde povos de origem tentam continuar pisando.
três estados: celeiros, estrebarias, paióis, galpões, despensas, pela fartura ou abundância que não servem só pra matar a fome.
a exaltação da nostalgia europeia, o cenário de papel crepom, o turismo alegórico, o silenciamento nominado pacificação. a tradição a goela baixo. do sul. o paradoxo e a contradição embalando a exaltação da beleza em capital, o progresso dissimulando a exploração.
o sul não é um país e suas fantasias de hemisfério norte na verdade são disfarces mal acabados.
os mapas, cartografias, localizações e topônimos são matérias da geografia que se modificam a cada momento da história, assim como a palavra é a matéria do texto e a imagem é a matéria de toda a invenção de lugar. o sul é um dos pontos cardeais diretamente oposto ao norte. o sul do brasil é onde estamos agora, e é dessa fabricação de lugar que esta exposição surge, reunindo pedaços dessas matérias no espaço digital, propondo possíveis diálogos artísticos e geopolíticos.
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curadoria: marcos walickosky